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Companheiros de Viagem: romance e repressão em um recorte poderoso da história americana

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Algumas histórias de amor ganham ainda mais força quando ambientadas em cenários hostis — e é exatamente isso que Companheiros de Viagem entrega. Baseada no livro de Thomas Mallon, a minissérie é ao mesmo tempo um romance intenso e um retrato da política americana, atravessando décadas de repressão, medo e mudanças sociais.

A trama acompanha dois funcionários do governo americano que vivem uma relação secreta. O ponto de partida é o macarthismo, nos anos 1950, período marcado por perseguições a qualquer um que tivesse ligação (real ou não) com o comunismo. 

Esse pânico moral também atingia comportamentos considerados “impróprios” para servidores, incluindo a homossexualidade.

É nesse contexto que conhecemos Hawk (Matt Bomer), assessor de um senador democrata, e Tim (Jonathan Bailey), secretário que trabalha para o republicano Joseph McCarthy (Chris Bauer). 

O interesse entre os dois aflora rapidamente, mas o romance nasce sob o peso do medo, da necessidade de manter aparências e do risco constante de exposição.

A série captura muito bem essa tensão. O texto é preciso e as atuações mostram o desgaste emocional de viver escondido, com cada um dos protagonistas construindo uma “persona pública” muito diferente do que realmente sente.


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