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Nova gestão municipal, vida nova? - antónio mário santos

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22.12.2025

Ainda é cedo para se tomar posição. Há uma medida já assumida por unanimidade, pela nova vereação municipal, que nos parece, desde já, positiva: a auditoria externa à orgânica funcional e financeira da Câmara Municipal de Torres Novas. Os dinheiros públicos, o modo como são empregues, devem merecer uma transparência, da parte dos eleitos, já que, quer os impostos directos, como os indirectos, recaem na bolsa nada recheada da grande maioria dos munícipes. 90 dias serão muito ou pouco tempo, logo se verá. Até onde se irá, um ou vários mandatos, eis o que importa saber.

A composição do actual executivo acentua uma viragem à direita, que complicará, decerto, a aplicação prática do programa do Partido Socialista, o que já se começou a verificar, quer nas sessões do executivo, quer na primeira sessão da Assembleia Municipal, onde o PS depende dos dois votos das esquerdas (PC e BE) e do da deputada P’la Nossa Terra, daí a cedência em pontos, de momento, pouco influentes, mas que são um aviso para os que definem a estrutura do programa que se pretende, ganhando, levar a efeito.

A apresentação do Orçamento, das cedências do PS à oposição AD, e vice-versa, a opções absolutamente decisivas do vereador do Chega, definirão, objectivamente, as linhas da administração municipal no ano de 2026.

Será interessante verificar, no orçamento, o peso das despesas correntes, e nestas as do pessoal e despesas de representação, em cotejo com as de capital, incluindo nestas as que integram projectos do plano do médio Tejo, como os aprovados com fundos comunitários, os realizados, os por realizar, os sonhados, os de que se desistiram.

O presidente, numa recente entrevista à jornalista Patrícia Fonseca, para a rádio Médio Tejo, em 14 do corrente, defende, para o seu futuro eleitoral, um desenvolvimento industrial concelhio assente na investigação, na tecnologia, na informática, na comunicação, na saúde. «O concelho desertifica. Portanto temos de mudar de paradigma».

Aplaudo.

Mas, no curto prazo, nada aponta que, para acabar essa desertificação, não só concelhia, diga-se – há que ter um visão que conduza a uma maior autonomia das regiões, a outro modo de eleição dos seus representantes que não o existente, a uma legislação autárquica que se aproxime, financeiramente, das da União Europeia, que permita ao município intervenção segura no sector da habitação, de educação, da saúde, da cultura e do desporto, do ambiente, da interterritorialidade (a espacialidade que, do século XIX, mereceu estudos e a Primeira República, sectariamente, fez separar e... empobrecer), de interesses comuns de diversos concelhos periféricos.

Sem uma regionalização a sério, não há caminho para o desenvolvimento desejado. Mas, para isso, é necessário mobilizar as populações, mostrar-lhes os caminhos do possível desenvolvimento.

Nas escolas, como sempre, estão as pedras basilares desse salto por dar. E na sua ligação como meio, nos seus projectos, nos cursos específicos, na sua modernização específica para a resposta necessária.

Ao defender a criação dum concelho duma forte classe média (a utopia faz sempre bem e dá esperança) há que verificar como se reorganiza a relação emprego/ juventude/ salários/ custo de vida/ preços das casas/qualidades dos serviços de educação e saúde públicos/ desenvolvimento urbano/ despoluição.

Além disso, em relação à informação, deve ser atentamente equacionada........

© Jornal Torrejano