Ventura é uma cópia de José Mourinho
Não tenho memória de um fenómeno idêntico, mas as ‘forças’ têm-se unido para contribuir para o impensável há meia dúzia de anos: André Ventura aproxima-se cada vez mais do cargo de primeiro-ministro. Há seis ou sete anos, quando o entrevistei pela primeira vez, achei que tinha um certa loucura, no que dizia respeito às suas ambições políticas – não era o único que me surpreendia com os cenários futuros que idealizava. Já em 2021 ou 2022, quando me disse que vai ser primeiro-ministro, provoquei-o perguntando-lhe se estávamos a beber o mesmo vinho à refeição. Mas eu também me tinha rido dele quando foi eleito deputado único e me disse que iria subir muito nas eleições seguintes: elegeu 12 deputados. Depois passou para 50 e nas vésperas das últimas eleições, em todos os debates televisivos em que entrou, foi uma nódoa, um incompetente, mentiroso, racista e xenófobo para a quase totalidade dos analistas que encheram longas horas de televisão para comentarem um debate que teve à volta de 50 minutos. Só que nas eleições de 18 de maio deste ano, Ventura conseguiu que 1.437.881 portugueses votassem no Chega, elegendo 60 deputados. O Chega ficou a 533.677 votos da AD e a 4.313 do PS,........
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