A idade dos cobardes
«Quem quer passar além do Bojador; Tem que passar além da dor». – Fernando Pessoa Vivemos tempos peculiares em que o medo parece ter sido elevado à condição de virtude suprema. Não é que sejamos naturalmente mais medrosos do que os nossos antepassados; simplesmente, tornámo-nos vítimas (voluntárias ou involuntárias) de uma sofisticada indústria de propagação do receio. Políticos, académicos, burocratas e até jornalistas – gente que outrora se dedicava à nobre tarefa de esclarecer e guiar – agora parecem mais interessados em atiçar medos para fins propagandísticos. ‘O planeta vai ferver com o aquecimento global!’; ‘A guerra comercial é assustadora!’; ‘A eleição de Meloni e a emergência da extrema-direita na Europa é aterrorizadora!’; ‘A Inteligência Artificial acabará com a humanidade!’.
Permitam-me partilhar convosco um segredo mal guardado: nada domina tão bem as mentes quanto o medo. As páginas da História ensinam-nos que, desde tempos imemoriais, líderes habilidosos têm usado a ameaça do caos, da invasão, da doença ou do desastre económico como um eficaz instrumento de........





















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Gideon Levy
Tarik Cyril Amar
Stefano Lusa
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