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Os derrotados das autárquicas

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25.10.2025

As recentes eleições autárquicas conheceram apenas um partido vencedor, para além, obviamente, dos 308 candidatos eleitos presidentes de câmara, estes vencedores individuais, que foi o PSD que, sozinho ou em coligações, conquistou a maioria das autarquias e logrou vencer nos cinco concelhos mais populosos.

Todos os restantes partidos pertencem ao grupo dos perdedores, se bem que alguns com resultados bem mais desanimadores do que os restantes.

Logo na noite eleitoral, e depois nos dias subsequentes, os habituais comentadores da nossa praça, secundados por parte da classe política que diariamente nos agride com a diarreia verbal que a caracteriza, procuraram fazer uma leitura dos resultados deste acto eleitoral em comparação com os registados nas últimas legislativas.

A intenção foi bem clara, a de desvalorizar a fraca prestação do PS, sem dúvida o grande derrotado da noite, tentando fazer-nos crer de que estávamos perante a recuperação daquele partido junto do eleitorado que lhe fugira no passado recente, e a de subvalorizar os resultados obtidos pelo Chega, apontando-se-lhe uma pesada derrota e decretando-se o início de um processo de decadência eleitoral.

Nada mais errado, porque se tratam de dois actos eleitorais bem distintos um do outro.

Num, escolhe-se quem vai governar o País: é um voto ideológico, confiando-se essa tarefa em pessoas com quem não se tem qualquer tipo de contacto próximo.

Noutro, vota-se em quem vai dirigir os destinos do concelho ou da freguesia: é um voto personalizado, direccionado numa pessoa concreta que se conhece de perto.

Sendo assim, não é de admirar que, por exemplo, um eleitor, num curto espaço de tempo, tenha votado no Chega para as legislativas e agora, para a sua autarquia,........

© Jornal SOL