Nem bons nem maus. São pessoas
O debate sobre a imigração parece ter-se tornado numa espécie de jogo de soma zero. De um lado estão aqueles que querem fechar portas, correr com os imigrantes que entraram em Portugal, mesmo que não saibam exatamente quantos são e para quem o estrangeiro – o outro – é o culpado de todos os males, pela falta de casas ou pelo aumento da crimes. Do outro estão os que olham para os imigrantes como um número, uma equação matemática. Dizem que o país precisa deles, mesmo sem saber em que áreas e em que quantidade, e alegam, como se não houvesse mais nada em jogo, que os imigrantes são contribuintes líquidos para a Segurança Social. Ou seja, estão a pagar as nossas pensões futuras.
Ambos os lados são duas faces da mesma moeda. Reduzem a imigração à dicotomia entre imigrantes maus e imigrantes bons. Propõem soluções simples, para problemas complexos, uma característica comum a todos os populistas, sejam de direita ou esquerda. Ignoram o outro lado, ou o simples facto de a imigração ser uma questão com ramificações muitas vezes imprevisíveis, que se não for controlada provoca transformações sociais e culturais que vão entrar em confronto com os valores e matrizes sociais de um país. Nenhum dos lados está correto. Nem os........
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