De certezas absolutas está o inferno cheio
O mundo é um lugar complexo e se há alguma certeza que podemos ter nestes dias é que é impossível saber com precisão as consequências futuras de ações presentes. Podemos fazer cálculos, previsões mais ou menos lógicas conforme o ponto de vista ou especular sobre várias possibilidades. Mas o que história contemporânea nos tem mostrado é que o que não sabemos que não sabemos – para citar Donald Rumsfeld – ultrapassa em muito aquilo que sabemos. É-me por isso difícil compreender as certezas absolutas que por estes dias foram sendo proclamadas nas televisões em relação ao ataque de Israel ao Irão e ao bombardeamento dos EUA às instalações nucleares iranianas.
O que sabemos realmente pode traduzir-se em factos essenciais: o Irão tem como doutrina a aniquilação de Israel e desenvolveu um programa nuclear com o objetivo de obter a bomba atómica; Israel, os países da região e a generalidade do mundo ocidental está contra a possibilidade de Teerão obter armas nucleares; depois de arrasar o Hamas e o Hezbollah sem haver reação iraniana, o governo de Benjamin Nethanyahu sentiu a fragilidade do Irão e decidiu atacar alvos militares e nucleares; por fim os Estados Unidos decidiram bombardear de surpresa três instalações nucleares........
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