Quando Maria Liberdade e Zé Segurança dançam o Tango
No pensamento moderno, os postulados de Thomas Hobbes, no século XVII, traçaram uma marca indelével na definição do problema Liberdade versus Segurança. Hobbes partia do princípio de que nas sociedades primitivas os homens interagiam de modo anárquico, numa constante guerra de todos contra todos (Bellum omnia omnes); mas que por um processo de ilação progressivo aprenderam a construir um modus vivendi em que, por natural conveniência, a liberdade individual cedia espaço a uma autoridade superior. Um século depois, Jean-Jacques Rousseau partia implicitamente da análise de Hobbes mas, imbuído de um optimismo prometeico, concluía exactamente o contrário: era a própria estruturação da sociedade que, pelo «contrato social», introduzia a degenerescência no «paraíso perdido» dos «bons selvagens».
A abordagem romântica do precursor iluminista suíço viria a ser contraditada pelas conclusões das ciências etológicas que, no século XX, arrumariam com objectividade realista o ethos humano primordial. Para os cientistas da Etologia, como Konrad Lorenz, os comportamentos do Homem e das suas construções sociais não podiam ser desligados das predisposições irracionais decorrentes de imperativos naturais como a territorialidade, a hierarquia e a agressividade. O que vinha, de certa forma, confirmar a intuição de Hobbes que havia manifestado o seu cepticismo antropológico ao afirmar que o «o homem é o lobo do homem».
Como sabemos, mesmo em «estado natural» nem todos os «lobos» são iguais; na alcateia há uma hierarquia bem definida tal como nas sociedades humanas. A ideia é bem ilustrada pela «fala» do personagem Calvera, o cabecilha dos bandoleiros em Os Sete Magníficos, de John Sturges (1960), quando procurava aliciar para o seu lado os mercenários, contratados para defender uma aldeia das recorrentes depredações dos seus «lobos»: «Se........





















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