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Quem verifica os “verificadores de factos”?

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06.02.2025

As democracias ocidentais estão numa crise irreversível, e a causa não se deve a fatores externos, mas à sua própria decomposição. Os indicadores são vários e sérios desde os erros no plano económico e societal, refira-se um, que se bem que de importância secundária é um sintoma importante de como os sistemas democráticos se transformaram num totalitarismo insidioso e astuto, comandado por elites que se querem imunes a qualquer escrutínio e que controlam uma máquina de propaganda implacável. Essa máquina tem na sua dependência a maioria da média e dos agentes culturais, recriando velhas práticas sinistras como parece acontecer com os designados verificadores de factos.

Houve um tempo em que a tarefa da verificação de factos consistia principalmente em apurar da veracidade das informações e até clarificar o objetivo das mesmas. Essa verificação procurava tornar a informação mais rigorosa, fiável e objetiva. A finalidade não era formatar e infantilizar a mente das pessoas, nem proceder a lavagens cerebrais. Nas últimas décadas no ocidente, particularmente nos média, esta atividade transformou-se, na maior parte dos casos, numa peça de um programa ideológica com fins doutrinais e de imposição de um tipo de pensamento único. O instrumento de verificação e os seus funcionários não se ocupam com a factualidade, mas em imporem uma versão ideológica dos acontecimentos. Esse instrumento passou a ser utilizado como um meio de cariz policial de controlo de pensamentos e visões dissidentes e da respetiva censura.

Nesta fase do declínio da democracia muitos média perderam a independência e a grandeza da sua função, transformando-se em megafones e agências de propaganda da ideologia oficial. A sua tarefa é principalmente a de vincular a versão oficial da realidade e demonizar as versões não controladas pelo poder. Tudo o que o poder não controla deve ser reputado de populista, desinformação e discurso de ódio. Conhecemos bem esses processos estudando as máquinas de propaganda e as policiais políticas das ditaduras do século XX. O espetador, o leitor, o cidadão em geral, deve ser poupado a pensar, pois lhe é fornecida a versão lícita do que pode pensar e dizer.

A partir dos anos noventa do século XX as verificações de factos nos média tornaram-se numa ferramenta política de uma certa esquerda e liberalismo. Esta história como muitas da contemporaneidade começa nos EUA. Particularmente a partir de 2016 esse policiamento censório foi imposto às redes sociais. As verificações de factos por terceiros, gente formatada ideologicamente e que servia a agenda da ideologia liberal progressista e esquerdista vigiariam os conteúdos e a liberdade de pensamento e expressão, cancelando o que se apresentasse como divergente ou questionasse o sistema.

A esquerda americana são os liberais socialistas e o esquerdista elitista, unidos sob a bandeira do que designam como progressismo. Moldar as narrativas sobre a realidade e censurar a oposição política encontrou nesta ferramenta........

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