A autonomia, o incesto e o progressismo
Vamos testar a ideia progressista segundo a qual a liberdade individual deve ser ilimitada, desde que não cause dano a outrem e haja mútuo consentimento. Quando se junta a esta lógica a noção de que a lei substitui a ética, obtém-se a visão dominante sobre os comportamentos humanos no nosso tempo.
Em 2025, em Celorico de Basto, o registo civil autorizou o casamento de uma filha de 68 anos com o pai, de 95. Sim, leu bem. A razão foi económica, mas esse facto é lateral. O episódio levanta uma questão maior. Não é apenas jurídica. O que é que ainda nos indigna? E essa indignação baseia-se em quê?
Vivemos num tempo em que quase tudo foi declarado ‘válido’. Em alguns países, pode-se abortar até ao nono mês. Há quem se mutile cirurgicamente para afirmar um género que não existe no corpo. Em breve, poderemos fabricar seres humanos a partir de células da pele e........
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