A Índia no muro
Há algum tempo que defendo que vivemos numa Segunda Guerra Fria. A ascensão meteórica da China desde o início do século XXI – crescimento que muito se deve à ordem que Pequim tem tentado, com algum sucesso, rever – transformou significativamente o sistema nascido após a queda da União Soviética. Como escrevi há algumas edições, estamos perante um enquadramento onde duas superpotências com regimes diferentes e esferas de influência conflituantes se digladiam através de proxy wars, guerras comerciais, tecnológicas e energéticas. É, como não poderia deixar de ser, uma Guerra Fria diferente da primeira. Mas é uma Guerra Fria.
Num contexto como este, existe, como escrevia George Orwell em 1945, uma «paz que não é paz». Um mundo onde dois polos principais se podem destruir em caso de degelo bélico. É neste mundo de areias movediças que outros atores importantes têm de ajustar as suas........
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