O Matuto e as Profissões
O Matuto não gosta de mudar de casa. Mas, se há coisa que o Matuto tem feito na vida, é mudar de casa. Mais: também tem mudado de continente. No Brasil, país que tão generosamente acolheu o Matuto no seu seio, a vida nómada tem sido uma constante. Ao arrepio do preço do arrendamento (aluguel, no Brasil, por favor), salta-se de casa em casa. Dona Sirlei – gentil esposa do Matuto – deita as mãos à cabeça e sobe nas tamancas, cada vez que se cogita uma mudança: “afgh! Chega de mudar de casa”. Todavia, a vida é como é.
Na “Casa das Pontes” a discussão versa sobre os efeitos nocivos das ‘máquinas’ na vida humana. O Sr. Rocha – a visita letrada das ‘Pontes’ – diz: “a inteligência artificial tem avançado a passos largos, prometendo eficácia e inovação. Ninguém resiste”. “É verdade” – atalha a Belinha, a visita conservadora das ‘Pontes’ – “mas deixa na ressaca um magote de profissões em risco”. Marcello – a visita reaccionária das ‘Pontes’ – acrescenta: “é como se os robôs estivessem a preparar uma festa de despedida. Só que esqueceram de convidar os humanos”. “A solução é uma adaptação rápida, antes que o chocalho da mudança comece a tocar alto demais” – a Belinha hoje está a atirar para o lírico-depressivo. Uma maçada!
Atento à conversa, o Matuto vai matutando nestes males da existência. Afinal de contas a mudança para a “Casa das Pontes” foi um evento épico. Desde logo pela infinitude de profissionais que foi preciso contactar. O Matuto vai inventariando........
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