Quando o tempo ficava registado no papel
Lembro-me de chegar a casa, no final das férias de verão, e correr até à caixa de correio, ansiosa por encontrar as cartas que os meus amigos tinham enviado durante a minha ausência. E de, durante as férias no Algarve, passar numa caixa deixada nas traseiras de um quiosque, onde se acumulavam as cartas recebidas na zona e procurar o meu nome entre os vários envelopes. Quando encontrava uma, levava-a com entusiasmo para casa e abria-a com curiosidade, pronta para descobrir as novidades que me esperavam depois de terem percorrido um longo trajeto.
Naqueles verões demorados, cheios de tempo livre, quando os telemóveis ainda não existiam e os dias pareciam maiores, fazia parte de uma tarde ou noite quente o ritual de nos sentarmos a ler ou........
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