Violência contra enfermeiros: um sintoma de um sistema doente
Em Portugal, falar de violência contra enfermeiros é, infelizmente, muito mais do que relatar casos de agressão verbal ou física por parte de utentes ou familiares. É expor um problema estrutural e sistémico, profundamente enraizado nas práticas de gestão e nas prioridades do próprio Serviço Nacional de Saúde (SNS).
A violência não vem apenas de fora. Muitas vezes, está entranhada no próprio sistema, de forma subtil, mas constante, e manifesta-se diariamente através da sobrecarga, da precariedade e da falta de reconhecimento.
Não são raros os relatos de enfermeiros insultados, ameaçados ou mesmo agredidos fisicamente durante o exercício da sua profissão. Apesar de muitas vezes normalizado, este fenómeno não é aceitável nem inevitável.
A maioria dos episódios ocorre em ambientes hospitalares e de urgência, onde o stress dos utentes se cruza com tempos de espera elevados, escassez de profissionais e falhas de comunicação. Nestes contextos, os enfermeiros tornam-se os alvos mais fáceis. São eles que estão na linha da frente, disponíveis, mas cada vez mais expostos.
Foi neste cenário que a Ordem dos Enfermeiros (OE) defendeu que a violência contra estes profissionais deve ser........
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