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Indústria de Defesa: a reindustrialização estratégica que poderá unir Portugal

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03.11.2025

Numa época de incerteza internacional e mudanças tecnológicas aceleradas, Portugal enfrenta o dilema de permanecer periférico ou utilizar estrategicamente os investimentos na indústria de defesa para reindustrializar e, crucialmente, unir o país. Este setor há muito deixou de ser apenas um suporte das Forças Armadas; tornou-se um polo tecnológico, exportador e inovador, capaz de gerar emprego qualificado, captar investimento externo e, sobretudo, contribuir para superar a crónica divisão entre litoral e interior.

A indústria de defesa portuguesa conta atualmente com mais de 380 empresas e supera os 40 mil empregos diretos, constituindo uma rede avançada de inovação que cruza áreas como aeronáutica, espaço, sistemas navais, cibersegurança, inteligência artificial, materiais avançados, energia e comunicações. Empresas como OGMA, Embraer Portugal, Thales, Critical Software, Edisoft, West Sea e Tekever projetam Portugal como “hub” competitivo em tecnologia dual, com efeito multiplicador em toda a economia nacional.

O setor demonstra dinamismo notório, representando já mais de 1,6% do PIB, com faturação anual na ordem dos 4,75 mil milhões de euros e alcançando 2% das exportações nacionais. Quase 60% das entidades são prestadores de serviços e mais de 26% têm matriz industrial direta, permitindo que a cadeia de valor se estenda a cerca de quatro dezenas de........

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