O silêncio das cinzas
Todos os verões, o céu veste-se de cinza e o ar cheira a despedida. As serras calam-se, não por descanso, mas por luto. E eu, sendo de Arouca, trago esta dor duas vezes no peito: arde-me a terra onde cresci, arde-me o coração com a dor das minhas gentes. Vejo-os, dias e noites, a lutar contra chamas que não pedem licença. No fim, ficam apenas mãos vazias e olhos........
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