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Por que o Brasil não parou (nem vai parar) com a prisão de Bolsonaro

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tuesday

Nas redes sociais, sim. Houve várias manifestações de revolta e indignação. Xingamentos, palavras de ordem, trocadilhos insultuosos e pontos de exclamação. Nas ruas, porém, nada. Não teve protesto na Avenida Paulista. Tampouco nos chamados “bolsões bolsonaristas” houve grandes manifestações contra a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nem buzinaço ou panelaço teve ou, se teve, não foi barulhento o bastante. Você não está curioso para saber por quê?

Eu estou e me parece que o principal suspeito é o medo. Ninguém quer sair às ruas pedindo, sei lá, o fim da ditadura ou a liberdade de Bolsonaro para depois se envolver num quebra-quebra provocado por esquerdistas infiltrados e acabar condenado a 17 anos de prisão por tentativa de abolição do Estado democrático de direito. Não por acaso, Alexandre de Moraes usou uma vigília de orações para justificar o pedido de prisão preventiva de Bolsonaro.

Ou seja, depois de acabar com a liberdade de expressão, Alexandre de Moraes, em sua obsessão por exterminar tudo o que cheire a bolsonarismo, acabou também com o direito de reunião e manifestação. Vigília, só se for pela saúde do Lula. Manifestação, só se for a favor do aborto. Protesto, só se for contra alguma pauta conservadora ou líder da direita. E sabe o que é o pior? O pior é que todo mundo está fingindo que isso não aconteceu e que Bolsonaro foi preso só porque resolveu brincar de derreter a tornozeleira........

© Gazeta do Povo