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O palácio encantado da Janja (e quem paga é você)

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“Ó micênios, vinde à ágora! Vinde admirar as façanhas terríveis de nossos felizes chefes!”
(Eurípides, Electra)

Era uma vez um palácio que falava. As portas se abriam sozinhas, as luzes piscavam conforme o humor da dona da casa, e os tapetes cochichavam entre si a cada visita da imprensa. No centro do encanto, ela: a rainha encantada da República, vestida com a autoridade de quem nunca disputou eleição, mas manda mais que muito ministro. Os criados vestem ternos, os espelhos lhe obedecem, e toda agenda tem sua bênção. O palácio virou casa de boneca com orçamento ilimitado.
E quem paga é você.

Primeira-dama? Ela não atende por esse nome. Prefere ser lembrada pelo timbre do ofício que ela mesma inventou: ministra sem pasta, conselheira sem voto, autoridade sem freio. Seu gabinete não existe, mas tem equipe. Sua função não........

© Gazeta do Povo