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A metáfora da guilhotina

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thursday

Em 17 de julho de 1918, Nicolau II, sua esposa Alexandra e seus cinco filhos – Olga, Tatiana, Maria, Anastásia e Alexei – foram executados a tiros numa casa em Ecaterimburgo. A mando dos bolcheviques, a antiga família imperial russa foi fuzilada no porão, sem julgamento formal, sem clemência, sem distinção entre adultos e crianças. O crime foi justificado como ato político, necessário à revolução. Ora, para a mente revolucionária, não se matava a família Romanov – matava-se o símbolo da aristocracia, o resquício da tirania, o vestígio da opressão.

Voltemos ao Brasil do século 21. Um professor universitário aposentado e uma psicóloga militante reagiram com bravura pela libertação dos oprimidos à imagem da filha de Roberto Justus, uma criança de 5 anos com uma bolsa de grife. Diante da repercussão negativa, voltaram atrás e alegaram que se tratava de metáforas. Pediram desculpas e deram algumas explicações. Basicamente, reafirmaram a crítica à desigualdade que, de algum modo, justificaria o excesso da linguagem.

As pessoas pedem desculpas, mas não negam o conteúdo. Alegam que a forma foi mal interpretada. Reafirmam a crítica à desigualdade como se ela justificasse o uso da violência simbólica

Não sou de desconfiar da sinceridade de........

© Gazeta do Povo