Opinião | Allende, Berlinguer e a esquerda hoje
Tradutor e ensaísta, Luiz Sérgio Henriques escreve mensalmente na seção Espaço Aberto
Tradutor e ensaísta, Luiz Sérgio Henriques escreve mensalmente na seção Espaço Aberto
Um reel do escritor chileno Roberto Bolaño Ávalos, que circula nas redes, evoca comovidamente Salvador Allende e a tragédia do golpe de 1973. De modo contundente, Bolaño descreve a desilusão inicial dos jovens de então, que em vão esperavam as armas negadas pelo presidente em vias de ser deposto e morto. Allende aparecia como um conservador, capaz de cometer quase uma traição, fugindo à luta no momento decisivo. Sua imagem, no entanto, ao longo do tempo, iria se agigantar, ao evitar os horrores da guerra civil e poupar do aniquilamento toda uma geração ou a maior parte dela. É que a derrota de Allende e da Unidade Popular, naquele Chile tão distante, já estava definida pela política, não pelas armas, como se deduz das palavras de Bolaño.
Essa lição essencial seria apreendida em contexto diferente por outro político de exceção, o italiano Enrico Berlinguer. A ideia – recorrentemente frustrada – de chegar ao socialismo por método democrático, e não pela violência, também aquecia a imaginação da esquerda reunida em torno do Partido Comunista Italiano (PCI), na época o mais influente partido comunista do Ocidente. Nos dois países, a estrutura partidária se parecia: o centro ou a........





















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