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Opinião | Filme ‘O agente secreto’ mantém os maniqueísmos que marcam a obra do diretor

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Disputas de poder e o debate político-cultural brasileiro

Disputas de poder e o debate político-cultural brasileiro

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Em toda a sua complexidade de formas e estilos, os filmes do diretor Kleber Mendonça repetem a simplicidade dos padrões de comportamento de seus personagens. Há os virtuosos, digamos, do lado do bem. Pessoas pobres, deslocadas, funcionários conscientes ou ricos idealistas, sufocados e oprimidos por um sistema maior. E os representantes desse sistema, o mal, que podem ser especuladores imobiliários, mercenários, agentes de uma ditadura, políticos, ou a elite de uma sociedade injusta, de privilégios, etc. São fábulas morais, portanto.

Entre os vilões, há os milicianos de “O som ao redor”, os matadores gringos de “Bacurau”, os especuladores imobiliários de “Aquarius”, os patrões insensíveis de “Recife Frio”. Há “mocinhos” como a rica, porém consciente e idealista Sônia Braga de “Aquarius” ou o pessoal da comunidade, de Bacurau, que se utilizava da violência, mas pelo bem, para combater o tal sistema. Com toda sua gama de influência da história cinematográfica, do Noir ao “cinema novo”, com toda sua erudição exposta, Kleber dirige filmes essencialmente políticos.

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Ao longo da sua carreira, o diretor tem sido fiel à sua ideologia de integrante da classe........

© Estadão