Opinião | Lições a tirar da vitória de Kast no Chile
Trinta e cinco anos depois do fim da ditadura militar de Augusto Pinochet, a direita pura e dura volta ao poder no Chile. José Antonio Kast, presidente eleito, jamais negou sua admiração pelo general que governou o país de maneira brutal por 17 anos. Não hesitou sequer em visitar na prisão notórios torturadores e assassinos, condenados por violações aos direitos humanos.
Kast é um ultradireitista católico que até recentemente presidiu a Red Política de Valores, uma associação internacional que promove a agenda em favor da “família natural” e contra a “ideologia de gênero” e a homossexualidade.
Defensor da proibição total do aborto, mesmo em caso de estupro, evitou o tema durante a campanha. Fez do combate ao crime e à imigração ilegal as suas principais bandeiras e da política de “mano dura”, inspirada em Nayib Bukele, a sua principal proposta.
O fato de que seja um político de extrema direita não significa que Kast fará necessariamente um governo de extrema direita. Sem maioria no Congresso, terá de negociar com a direita moderada – por ele chamada de “direitinha covarde” – e com os parlamentares do “Partido de la Gente”, um aglomerado heterogêneo cujo candidato à presidência, Franco Parisi, obteve 20% dos votos, sob o lema “ni fachos ni comunachos”. Embora pertença à mesma........





















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