Os resultados do primeiro Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed) confirmam aquilo que especialistas em educação e saúde vêm alertando há anos: a formação médica no Brasil apresenta fragilidades graves e sistêmicas. O exame, aplicado nacionalmente, expôs um problema que não pode mais ser tratado como exceção ou desvio pontual: ele revela riscos reais à segurança da população.

Quem analisa a educação brasileira com rigor técnico sabe que o Estado tem licenciado o exercício de profissões de altíssimo risco social sem conseguir garantir, de forma consistente, que o diploma represente competência efetiva para uma prática segura. O Enamed torna essa situação mensurável, pública e inegável.

Há anos, órgãos de controle, pesquisadores e entidades especializadas apontam deficiências profundas na formação médica. Ainda assim, o País assistiu a uma expansão acelerada e desordenada de cursos. Hoje, o Brasil possui mais faculdades de Medicina do que países como Estados Unidos e China. Essa explosão quantitativa, no entanto, não foi acompanhada por mecanismos equivalentes de garantia de qualidade.

Dados do próprio Ministério da Educação divulgados há alguns meses........

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