“Só há Liberdade a sério quando houver…”
Volto a roubar as palavras de Sérgio Godinho nesta última sexta-feira de setembro para fazer título de um texto meu, porque quando há quem tenha falado melhor do que nós, escusamos de tentar dar voltas ao português. Em 1974, o cantor editava a sua famosa canção Liberdade, e não será por acaso que o refrão se tornou numa espécie de hino do 25 de abril. Em três versos, está resumido aquilo de que uma sociedade precisa para ser saudável, democrática, justa. “Só há liberdade a sério quando houver / A paz, o pão, habitação / saúde, educação “. Paz ainda temos, pão vai sendo cada vez mais caro de comprar – o preço do cabaz de bens essenciais está 6,22% mais caro que em setembro passado -, a saúde está no estado em que pode ler no texto assinado pela Ana Mafalda Inácio no caderno principal do Diário de Notícias e a educação continua a navegar as tormentosas ondas de setembro, com alunos sem professores e as aulas sem poderem parar.
Sobra-nos a habitação, e eu gostava de olhar para ela como sendo a portadora das boas notícias deste final de semana. Afinal, o Governo esteve dois dias a anunciar as medidas do novo Pacote da Habitação, fazendo grande alarido em torno de cada uma delas. Mas serão suficientes para resolver o drama de curto prazo que atravessamos? Tenho dúvidas. Se, por um lado, há medidas que rapidamente........
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