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Por Entre Linhas e Ideias

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Vivemos numa sociedade que transformou o êxito no critério máximo de reconhecimento. Desde cedo, ensina-se às crianças que têm de vencer, que o erro é uma falha grave e que só quem conquista títulos e prémios merece reconhecimento. As redes sociais amplificam esta lógica, erguendo um cenário onde só cabem vitórias, enquanto os erros são escondidos ou motivo de vergonha. Que futuro podemos esperar se transformarmos o fracasso em vergonha em vez de aprendizagem?

Contra esta lógica, o escritor Samuel Beckett deixou-nos uma frase que resiste ao tempo: “Ever tried. Ever failed. No matter. Try again. Fail again. Fail better.” O fracasso não é o fim, mas o motor que nos obriga a reinventar a vida. O importante não é enaltecer a derrota, mas compreender que sem falha não há aprendizagem nem novidade. Também Nietzsche lembrava que a vida não é feita de perfeição, mas de superação, e o seu imperativo “Torna-te quem tu és” continua a recordar-nos que só através das nossas lutas, erros e recomeços alcançamos autenticidade.

Confundimos, no entanto, muitas vezes fracassar com ser fracassado. O primeiro é apenas algo passageiro, como um exame reprovado, um........

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