OS DIAS DA SEMANA É preciso decidir se a primazia é das pessoas ou dos automóveis
A mobilidade na cidade de Braga não é, digamos assim, propriamente exemplar. Os automobilistas permanecem em filas durante mais tempo e em mais sítios, estando o trânsito congestionado como nunca; os que andam a pé, não raras vezes, tropeçam e caem por causa de passeios irregulares ou danificados; os motoristas de transportes públicos sabem que, por exemplo, basta um carro mal estacionado para se atrasarem e os atrasos são demasiados; os que conduzem trotinetes circulam por sítios indevidos e sem cautela (sim, já levei com uma em cima numa passadeira para peões); e as propostas para aumentar a fluidez do trânsito são, amiúde, fetiches, como o BRT, sigla de Bus Rapid Transit, que em português, com ironia, tem sido traduzido por “autocarro de rodas tapadas” e que, em Braga, é, sobretudo ou apenas, um modo de esbanjar dinheiro. Perante este diagnóstico – e nele não incluindo a elevada sinistralidade rodoviária – é compreensível que o modo como nos movemos e sobre o que poderíamos fazer para o melhorar seja um tema relevante da campanha eleitoral autárquica........
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