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O pessimismo sobre a ONU é um erro

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Seguindo a tradição, o Brasil foi o primeiro Estado a tomar a palavra na abertura do segmento de alto nível da Assembleia Geral das Nações Unidas, esta semana em Nova Iorque, e o discurso do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi um dos mais marcantes. Falou 18 minutos, ou seja, pouco mais dos 15 que são a regra, que quase ninguém respeita. Vale a pena ver o vídeo que registou a sua intervenção.

Se se tivesse de limitar as suas palavras a um par de linhas, diria que foi uma voz firme em representação do Sul Global, dos países que estão a definir um novo tabuleiro de poder na ordem internacional e que procuram ser mais ouvidos nas instituições globais. Lula defendeu o papel da ONU, a soberania dos Estados num quadro que reforce a cooperação multilateral e que condene as intervenções arbitrárias dos mais fortes. Sublinhou três das questões fundamentais da agenda mundial: a regulação das plataformas digitais, de modo que se possa proteger os mais vulneráveis e evitar a manipulação, sem restringir a liberdade de opinião; as alterações climáticas; e a luta contra a pobreza, a fome em particular. Tomou uma posição correta em relação à tragédia de Gaza. A passagem sobre a Ucrânia deve ser considerada uma pecha grave na sua comunicação. Lula foi vago e deferente aos ouvidos de Moscovo, não utilizou as........

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