Da Ucrânia a Gaza: onde está a coerência europeia?
Salvo exceções, a política é um mundo habitado por oportunistas. Nicolau Maquiavel, há quinhentos anos, entrou para a história da ciência política moderna, ao escrever sobre o assunto, pondo o acento tónico na palavra cinismo. Mas a prática vinha da antiguidade e continua nos nossos dias, nos governos, nos partidos e na habilidade em manipular a opinião dos cidadãos. A ética, ou seja, o respeito pelos princípios, pelo interesse comum, pelos contemporâneos e pelas gerações vindouras, é uma palavra que faz rir, disfarçadamente, muitos dos que andam na política. Para estes, a única coisa que conta é o seu benefício pessoal, garantido pela manutenção no poder graças a uma clientela política.
No caso da UE, Viktor Orbán lembra-nos recorrentemente essa verdade. É o exemplo pior de um dirigente europeu. Orbán joga com um pau de dois bicos: por um lado, para mostrar que pertence ao clube das democracias, enquanto membro da UE, e, por outro, para se aproveitar ao máximo dos fundos disponíveis. O cajado em que se apoia chama-se Vladimir Putin. Isso permite-lhe gastar os dinheiros vindos de Bruxelas sem controlos a sério e governar sem respeito pelas regras democráticas e de modo corrupto. A contrapartida que lhe dá força passa por complicar a........
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