2024 é um ano crucial, a exigir coragem e respostas à altura
Passei décadas a chefiar missões políticas, de paz e de desenvolvimento das Nações Unidas. Foi na ONU que cresci profissionalmente e aprendi a resolver conflitos, alguns bastantes sérios, em que a morte e a dor espreitavam por detrás de cada duna, árvore ou rochedo. Ganhei, assim, uma visão alargada do sistema internacional e da maneira como o relacionamento com o Conselho de Segurança deve ser feito. Depois, durante anos, trabalhei, como mentor civil, na NATO, na preparação de futuros chefes de operações militares, sublinhando repetidamente a necessidade de obter nessas operações o apoio das populações e das organizações humanitárias.
A experiência ensinou-me a importância primordial que deve ser dada à salvaguarda das vidas das pessoas. Quando me dirigia aos generais, aos comandantes das forças de polícia e aos agentes de segurança da ONU, a prioridade era acentuar o valor da vida. A dos nossos, que faziam parte da missão, bem como a proteção da vida dos outros, simples cidadãos, suspeitos ou não de colaborar com os insurgentes, e até mesmo as vidas dos inimigos.
Nada se resolve de um modo sustentado se não houver um profundo respeito pelas populações civis que vivem de cada um dos lados das........
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