Memórias do Holocausto
Nos últimos anos, fiz algumas reportagens sobre o Holocausto. Entrevistei sobreviventes, marcados na pele e na alma, mesmo depois de oito décadas. Visitei o Yad Vashem, em Jerusalém. Um museu em memória das vítimas do genocídio nazista. Confesso que derramei lágrimas ao ser confrontado com tamanha maldade do ser humano. Nas conversas com quem conseguiu resistir ao horror, escutei histórias de medo, da convivência diária com a certeza da morte e de fome. Uma das que mais me chocaram foi contada por uma idosa. Quando criança, no campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau, ela e colegas do pavilhão onde eram mantidos lutaram por um pedaço de maçã boiando no esgoto. As imagens de pessoas em pele e ossos, vítimas de uma fome produzida pelo próprio homem, são cruéis, abjetas e repugnantes.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
Oitenta anos depois da queda do nazismo e do fim da Segunda Guerra Mundial, imagens parecidas atormentam, emudecem o coração e provocam horror. Ainda........
© Correio Braziliense
