O Oscar de Brasília
Mais uma edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro chegou ao fim reafirmando sua vocação de espelho e motor da nossa cultura. Não é apenas o mais longevo e importante festival dedicado exclusivamente à produção nacional: é um palco de invenção e memória, onde o Brasil se reconhece em sua multiplicidade, se questiona e se reinventa diante da tela luminosa.
Encerrado no último sábado no icônico Cine Brasília, o festival celebrou seis décadas de histórias contadas por vozes diversas, de estéticas ousadas e de resistências que atravessaram ditaduras, crises econômicas e transformações culturais. A homenagem a Fernanda Montenegro, nesse contexto, é um gesto que transcende a cerimônia. Em 1965, na primeira edição, ela recebeu o prêmio de Melhor Atriz por A falecida, de Leon Hirszman. Sessenta anos depois, aos 95, continua ativa, como patrimônio vivo da sétima arte brasileira, farol que ilumina gerações. E, como ela própria declarou em mensagem de vídeo enviada ao público da premiação, "é um milagre e a realização de um sonho que eu tenha estado presente como atriz em 40 filmes brasileiros".
O presente, no entanto, não se apequena diante dessa memória. No mesmo ano em que sua filha, Fernanda Torres — que coincidentemente completou 60 anos na última segunda-feira, durante a realização do festival — conquistou o Globo de Ouro de........
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