Resposta à altura ao crime organizado
Considerado um dos maiores especialistas em facções criminosas no país, o ex-delegado-geral de São Paulo Ruy Ferraz Fontes foi assassinado a tiros, na última segunda-feira, em uma rua movimentada de Praia Grande, em horário de pico. Uma operação de alta complexidade tática e, provavelmente, meticulosamente arquitetada. As duas principais linhas de investigação indicam a participação do crime organizado na execução cometida sem qualquer tipo de pudor. Se confirmada, trata-se de uma demonstração de forças que merece uma resposta à altura do poder público, cuja capacidade de combater esses grupos criminosos tem sido cada vez mais questionada.
Semanas antes de ser assassinado, em entrevista ao grupo Globo, Ferraz Fontes queixou-se da falta de proteção depois que se aposentou da Polícia Civil. "Eu vivo sozinho na Praia Grande, que é no meio deles. Pra mim, é muito difícil. Se eu fosse um policial da ativa, eu tava pouco me importando, teria estrutura para me defender, hoje não tenho estrutura nenhuma", desabafou. A região é conhecida como um dos redutos do Primeiro Comando da Capital (PCC), alvo de investigações conduzidas pelo ex-delegado, jurado de morte em razão disso. Foi ele, por exemplo, o responsável pelo indiciamento da........
© Correio Braziliense
