Por que rimos das minorias?
SILVANO APARECIDO REDON — Professor de sociologia do Instituto Federal do Paraná (IFPR)
Recentemente, foi noticiado que, mesmo após ser condenado judicialmente, o humorista Léo Lins continua fazendo piadas sobre minorias. Seu novo show, Enterrado vivo, apresentado em São Paulo, tem lotado o teatro, com mais de 700 pessoas por sessão. Mas por que fazer piadas — e rir — das minorias soa tão natural, ou até prazeroso, para algumas pessoas?
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A situação ganhou destaque após sua condenação a mais de oito anos de prisão, em regime inicialmente fechado, por incitar preconceito e discriminação em um show gravado em 2022. As falas, registradas em vídeo e publicadas no YouTube, só foram suspensas em 2023, após alcançar mais de 3 milhões de visualizações.
Além da pena de prisão, a juíza Bárbara de Lima Iseppi determinou multa equivalente a 1.170 salários mínimos e indenização superior a R$ 300 mil por danos morais coletivos. O caso gerou debates sobre os limites da liberdade de expressão no humor.
A defesa de Léo Lins sustenta que a condenação representa um ataque à liberdade artística e compara a pena à aplicada em crimes como tráfico e homicídio. Por outro lado, especialistas afirmam que o humor não pode ser usado como escudo........
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