O remédio que a oncologia ainda não prescreve como deveria
GUSTAVO FERNANDES, médico oncologisa, vice-presidente de Oncologia da Rede Américas
Nunca fui um entusiasta dos exercícios físicos. Sempre me vi mais como leitor, interessado nas ideias e no pensamento, do que como alguém associado à atividade esportiva. Carregava — ou ainda carrego — talvez sem perceber, um preconceito enraizado: o de que a vida intelectual estaria em oposição à vida ativa. A ciência e a experiência, no entanto, vêm me desmentindo.
A compreensão de que a atividade física melhora não somente a saúde do corpo, mas também a da mente, é antiga, ainda que pouco enfatizada. Pensadores como Platão, que via na ginástica um pilar da formação humana ao lado da música, reconheciam esse valor. Aristóteles, por sua vez, via na moderação e no equilíbrio — inclusive, entre corpo e alma — a chave da virtude. A ciência atual parece apenas dar números ao que a filosofia intuía.
Mais recentemente, nas últimas décadas, ficaram evidentes os benefícios dos........
© Correio Braziliense
