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Independência para julgar e liberdade para divergir

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16.09.2025

CAIO CASTAGINE MARINHO, Presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe)

"A ninguém importa mais do que à magistratura fugir do medo, esquivar humilhações e não conhecer covardia. Todo o bom magistrado tem muito de heroico em si mesmo, na pureza imaculada e na plácida rigidez, que a nada se dobre, e de nada se tema. Não hesiteis com asvossas responsabilidades, por mais atribulações que vos imponham, e mais perigos a que vos exponham. Nem receios sobre as soberanias da terra, nem a do povo, nem a do poder".

Assim Rui Barbosa, como paraninfo da turma de 1920, dirigia-se aos bacharéis em direito da tradicional Faculdade do Largo de São Francisco, onde ele próprio se formara meio século antes. O discurso, que se tornaria a célebre Oração aos Moços, converteu-se em uma das peças mais lembradas de sua vasta produção intelectual, sendo constantemente revisitado por juristas,magistrados e estudantes.

Ali, o polímata baiano oferecia um dos conselhos mais valiosos a quem desejasse exercer a judicatura: a justiça não convive com o medo. Julgar exige coragem, firmeza e integridade. A toga, mais do que um símbolo de autoridade, é o peso da responsabilidade. O compromisso do magistrado é apenas com sua consciência livre, mas sempre fundamentada exclusivamente nas leis e na Constituição.........

© Correio Braziliense