Formação de médicos requer debate profundo
Nos últimos dois anos, o Brasil tem assistido a uma abertura desenfreada de cursos de medicina. A justificativa do Ministério da Educação (MEC), órgão que autoriza a criação das instituições de ensino, é a pouca oferta de médicos em determinados municípios e, consequentemente, a escassa prestação de serviços de saúde em algumas regiões, com destaque para as áreas mais remotas e periféricas do país.
No entanto, representações médicas — contrárias à abertura desmedida de graduações e à queda de qualidade das instituições de ensino — alegam que, mesmo que os futuros profissionais estudem em faculdades de cidades menores ou mais distantes, não significa que eles permanecerão na região. O que geralmente ocorre, justificam, é um êxodo para as grandes cidades e para polos em que há demanda por serviços médicos e condições de trabalho consideravelmente melhores.
Antes do programa Mais Médicos, lançado em 2013 pelo governo federal, havia cerca de 100 escolas de medicina no Brasil. Atualmente, são mais de 400, e o Conselho Federal de Medicina (CFM) tem divulgado, a partir de consultas ao MEC, que outras 292 aguardam um parecer do Executivo federal para serem criadas. Se aprovadas, o número de instituições no país chegaria a quase 700.
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