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Desigualdade social e Trump

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09.04.2025

Marcello Averbugconsultor econômico e economista aposentado do BNDES

Desde a década de 1980, o perfil de distribuição de renda nos Estados Unidos vem sofrendo processo de concentração — visível mediante o distanciamento entre os padrões de vida das camadas sociais extremas.

De acordo com o World Inequality Database, em 1980 o 1% mais rico da população detinha 10,7% da renda nacional e os 50% mais pobres, 20,1%. Em 2022 o top 1% passou a deter 18,9% e os 50% menos favorecidos, 13,1%. No caso dos 10% mais ricos, durante o citado período, a participação no bolo total subiu de 34,2 % para 45,6%. O único acontecimento favorável nessa esfera é a redução do índice de pobreza de 26% para 10% entre 1967 e 2023, mas essa cifra ainda é superior à verificada na Europa Ocidental.

Embora não impeça satisfatório desempenho da economia americana, a presente desigualdade provoca taxas de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) inferiores às que seriam obtidas se o cenário fosse menos concentrador. Isso porque as exportações totais representam apenas 7,7% do PIB e, portanto, o fator fundamental à prosperidade econômica do país é o mercado interno. Se houvesse incremento do poder aquisitivo das famílias menos agraciadas, o mercado seria ampliado.

Em outras palavras: crescimento econômico não garante melhor equidade, porém melhor equidade favorece o crescimento da........

© Correio Braziliense