Associar analgésico ao autismo é desserviço à saúde pública
Prometendo a repórteres que faria um anúncio "incrível" na área da saúde, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou, nesta segunda-feira, que a ingestão de paracetamol durante a gravidez causa autismo. Sem apresentar dados científicos que comprovem o fenômeno de causalidade — até porque não existem —, o líder republicano impulsiona um movimento que há quase 30 anos dificulta o enfrentamento ao transtorno e presta um desserviço ao bem-estar coletivo. Merece, portanto, a reação enfática de quem, de fato, entende do assunto, como aconteceu logo após a declaração irresponsável.
Trump apresentou dados sobre o aumento expressivo de pessoas com o transtorno do espectro autista (TEA), nas duas últimas décadas, nos Estados Unidos para embasar a afirmação polêmica. Não há dúvidas de que há mais casos oficializados lá e em outros países, incluindo o Brasil. Mas esse novo recorte não se trata de uma "epidemia", como define o republicano. Tem ocorrido, principalmente, por mudanças nos protocolos de diagnóstico que consolidaram o entendimento de que a........
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