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As imortalidades de Mario

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17.04.2025

Cristovam Buarqueprofessor emérito da Universidade de Brasília (UnB)

A primeira imortalidade de um escritor está na permanência dos seus personagens e nas histórias criadas por ele. A segunda imortalidade vem dele próprio, como personagem de seu tempo. A presença em uma academia também lhe confere imortalidade, e receber o Prêmio Nobel de Literatura é o coroamento maior. Mario Vargas Llosa conquistou esses quatro pilares da imortalidade.

Ao longo de sua carreira, o escritor peruano criou personagens e histórias inesquecíveis, como se tivesse sido o Balzac do realismo fantástico latino-americano. Nunca morrerão os personagens de Conversa na catedral, Pantaleão e as visitadoras, A guerra do fim do mundo, A casa verde e dezenas de outros livros e personagens que ficarão na lembrança de seus contemporâneos e das futuras gerações. O próprio Vargas Llosa, crítico literário, escreveu uma tese, Orgia perpétua, onde cita que Madame Bovary, criada por Gustave Flaubert, 100 anos antes, marcou mais seus sentimentos do que pessoas de carne e osso com as quais ele conviveu no mundo real. Nós vivemos até hoje com Dom Quixote e Sancho Pança, com Capitu, Riobaldo, Ana Karenina, tanto quanto com os personagens de Vargas Llosa. Flaubert conquistou imortalidade por sua........

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