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A segurança pública como direito universal

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15.09.2025

RAUL JUNGMANN, Ex-ministro da Reforma Agrária, da Defesa e da Segurança Pública, ex-presidente do Ibama e atual diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram)

A operação integrada da Polícia Federal, do Ministério Público de São Paulo e da Receita Federal, no coração financeiro de São Paulo, oferece lições profundas. Entre elas, destaca-se a constatação de que o ciclo da segurança pública, tradicionalmente tratado como um serviço voltado apenas para as populações mais vulneráveis, chegou ao fim.

Muitos já comentaram a operação que ficou conhecida como Faria Lima, em referência à avenida que simboliza o mercado financeiro e a elite brasileira. No entanto, há um outro efeito que merece destaque: a necessidade urgente de tratar a segurança pública como um direito universal do cidadão, assim como ocorre com a saúde e a educação.

O episódio realça uma realidade alarmante: o crime organizado não é mais uma ameaça distante, mas uma força infiltrada de forma indiscriminada tanto nas camadas sociais mais altas quanto nas mais baixas. Já não é um inimigo externo, mas parte integrante do funcionamento do Estado e do setor privado, com uma infiltração que perdura por décadas, sem que o Estado brasileiro tenha desenvolvido uma resposta eficaz.

Quando a elite, antes apenas espectadora do crime organizado e autopatrocinadora de sua proteção — com segurança privada, condomínios........

© Correio Braziliense