A resposta somos nós
Eliana Lucena — jornalista
Com grandes desafios pela frente, o país celebra neste sábado, dia 19, o Dia dos Povos Indígenas, após a realização do 21º Acampamento Terra Livre (ATL), em Brasília. Durante a última semana, quem atravessou o portal que se abria para o acampamento com mais de 7 mil indígenas, representando 200 povos, sentiu o impacto da mobilização que reuniu desde líderes históricos, como Raoni Metuktire, a jovens que discutiram e levaram reivindicações aos representantes dos Três Poderes.
A caminhada dos indígenas até 2025 exigiu resistência para enfrentar grandes obstáculos. Durante a década de 1970, em pleno regime militar, para a realização de encontros, era preciso burlar a vigilância da Funai e dos órgãos de segurança do governo. Os primeiros de maior porte foram organizados pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), em Diamantino, no Mato Grosso, e o segundo na Missão Cururu, no Pará, terra dos índios Munduruku.
No Pará, bispos e missionários transportaram em pequenos aviões e canoas representantes de diferentes etnias até o local, onde muitos grupos se viram frente a frente pela primeira vez. Dali saíram determinados a lutar em defesa de suas terras e de sua cultura. Outros encontros regionais foram desmobilizados pela Funai, com o apoio da Polícia Federal, como o de Roraima, realizado pouco........
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