A política externa americana
André Gustavo Stumpf — jornalista
A possibilidade de encontro entre Donald Trump e Lula em algum momento nos próximos dias demonstra uma singular característica da política externa dos Estados Unidos. O presidente e sua equipe de assessores definem solitariamente a política externa. No caso, ocorreram encontros secretos das assessorias brasileira e norte-americana. Tudo correu ao largo da diplomacia formal. Lá, existe um serviço de relações exteriores composto por pessoal rigorosamente selecionado dentro de universidades e treinados em cursos específicos no Departamento de Estado. Mas nem sempre é chamado a oferecer sua contribuição.
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Existem 265 postos no exterior servidos por norte-americanos concursados, mas os principais são preenchidos por pessoas nomeadas como consequência do tamanho de suas doações à campanha eleitoral vitoriosa. Tudo começa pelo mínimo de doação de 200 mil dólares que permite um posto na América Central ou em algum ponto distante na Ásia. Postos na Europa ou no Japão exigem doações na casa de milhões de dólares.
Em quase seis meses de mandato, o presidente Donald Trump indicou 61 embaixadores para chefiar missões diplomáticas no exterior. Ele designou nomes de sua escolha até mesmo para países da América Latina que possuem governos ideologicamente........
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