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A fábrica de crises

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06.07.2025

André Gustavo StumpfJornalista

Crises institucionais não constituem novidades no Brasil. Ao longo da história, várias vezes, o presidente da República se insurgiu contra o Congresso. Usualmente, esses gestos dramáticos não resultam em nada de proveitoso para o próprio chefe do governo, nem para o país. Exemplos recentes: Jânio Quadros, em 25 de agosto de 1961, decidiu renunciar à Presidência por não conseguir governar com o Congresso que não aceitava suas diretrizes, temperadas por discurso algo de esquerda. Ele chegou a condecorar Ernesto Che Guevara, um dos líderes da revolução cubana. Renunciou na esperança de que o povo fosse resgatá-lo na base aérea de Cumbica, em São Paulo. O povo não apareceu, e ele teve que embarcar em navio cargueiro com destino ao asilo na Inglaterra.

João Goulart, herdeiro político de Getúlio Vargas, era um fazendeiro rico, com muita sorte para os negócios e reduzido faro político. Chegou à Presidência da República depois da renúncia de Jânio, da adoção do fugaz parlamentarismo e com fama de comunista. Os militares não o toleravam. Ainda assim, ele cometeu o pecado capital de desafiar o Congresso Nacional. Fazer as reformas de base, que constituíam uma........

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