A dengue se alimenta do que deixamos de fazer
André Bon — infectologista do Laboratório Exame
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A explosão recente de casos de dengue no Brasil não é um acaso estatístico. Não se trata apenas de um verão mais quente ou mais chuvoso. A dengue cresceu porque enfrentamos problemas estruturais que se acumulam há anos. Eventos climáticos extremos, como o recente El Niño, alteraram regimes de chuva e temperatura, expandindo a temporada do Aedes aegypti e acelerando sua proliferação.
Mas o clima não explica tudo. O mosquito encontrou no ambiente urbano brasileiro um terreno fértil construído por nós: expansão urbana desordenada, acúmulo cotidiano de água em recipientes caseiros, fragilidades de saneamento e desigualdades que tornam algumas regiões (explicadas mais abaixo nesse artigo) permanentemente mais vulneráveis.
Quando mais de 14 milhões de casos e 9 mil mortes são registrados no mundo em um único ano, como aconteceu em 2024, o debate deixa de ser epidemiológico e passa a ser social. É sobre como vivemos, como ocupamos o território e como cuidamos — ou não — dos espaços que dividimos.
O Brasil é hoje o retrato mais evidente dessa tendência. Em 2023, 2,9 milhões dos 5 milhões de casos globais ocorreram aqui. E a projeção feita pelos modelos nacionais para 2024 já apontava o risco de chegarmos a 5 milhões de novos casos, cenário impulsionado pela combinação de clima, urbanização acelerada e circulação simultânea dos quatro sorotipos do........





















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