É o fim da era do dólar?
BENITO SALOMÃO — professor do Instituto de Economia e Relações Internacionais (IERI-UFU)
Na última semana, a conjuntura de curto prazo piorou nitidamente. A nova política tarifária do governo dos Estados Unidos tem causado grande pânico sobre os mercados no mundo todo e produzido uma enorme volatilidade em preços financeiros. Desde o fim do regime de Bretton Woods, em que foi sepultado o padrão dólar-ouro e estabelecido o regime de câmbio flutuante, a moeda americana galgou o posto de padrão monetário internacional, o que gerou assimetrias nas relações monetárias entre países.
A teoria monetária de Keynes (1936), pautada na hipótese da pPreferência pela liquidez, trata a moeda como um ativo demandado por agentes econômicos pelas razões: i) transacional, a moeda é demandada para liquidar transações econômicas quaisquer; ii) precaucional, isto é, num contexto de incertezas, a moeda deve ser demanda para além das necessidades transacionais, a fim amortecer os impactos de choques adversos e; iii) especulativa, que trata a moeda como um ativo que concorre com outros ativos líquidos e ilíquidos como parte dos portfólios de agentes. Neste mundo, a moeda deve ter funções adicionais para além de um mero meio de troca, deve ser também uma unidade de conta e uma reserva de valor.
Embora, originalmente, a teoria Keynesiana da moeda tenha sido pensada para um contexto nacional, ela pode ser facilmente estendida para a relação entre países, como muito bem........
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