Trump 2.0 e os desafios para o Brasil
DENILDE HOLZHACKER — Doutora em ciência política e professora de relações internacionais na ESPM
O segundo mandato de Donald Trump nos Estados Unidos inaugura um contexto de grandes expectativas e desafios tanto para a política global quanto para o Brasil. Com um cenário interno favorável — apoio popular, maioria no Congresso e uma Suprema Corte alinhada —, Trump possui as condições necessárias para implementar uma agenda marcada pelo protecionismo econômico, pelo enfraquecimento das políticas climáticas e pela rejeição ao multilateralismo. Esse novo capítulo da política americana levanta questões geopolíticas e econômicas que impactam diretamente o Brasil, sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que terá de lidar com as tensões que surgirão dessa relação.
Entre as principais prioridades do governo Trump, está o reforço do protecionismo econômico. Tarifas sobre produtos estrangeiros e incentivos para reindustrializar os Estados Unidos prometem beneficiar setores norte-americanos, enquanto criam barreiras para exportadores estrangeiros. Para o Brasil, essas políticas podem representar dificuldades adicionais no acesso ao mercado norte-americano.
Além disso, Trump retorna ao poder com uma agenda que privilegia combustíveis fósseis em detrimento das energias renováveis. Essa postura contrasta fortemente com a posição do governo brasileiro, que busca se estabelecer como líder na transição energética e no combate às mudanças climáticas. Tais diferenças ideológicas dificultam a possibilidade de uma aliança estratégica entre........
© Correio Braziliense
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