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O sotaque tem poder

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06.10.2025

Estou há décadas em Brasília, mas minha fundação, digamos assim, é pernambucana (por nascimento) e alagoana (origem dos meus pais e irmãos). Meu sotaque segue acentuado desde sempre e não é por acaso. Ele me pertence tanto quanto eu a ele. Entendo o sotaque como identidade, que extrapola o sentido da audição. Não é só voz, mas atitude. Eu consigo ver o sotaque. E, nos últimos dias, vi muitos deles, sobretudo os nordestinos, em palcos, palestras, eventos, conversas. Digamos que fiquei impregnada, com cheiro de Nordeste.

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Quando fui chamada ao palco para receber o prêmio de jornalista mais admirada na categoria "Áudio e Texto" do Prêmio 100 Admirados Jornalistas Brasileiros de 2025, não era apenas minha persona diretora de Redação, éramos eu, meu sotaque, meu Pernambuco, a Alagoas dos meus pais, a Brasília dos meus filhos. Toda a diversidade que mora em mim e também minha subjetividade. Nunca seremos um papel em branco, uma voz neutra, um cargo ou uma profissão.

Agradeço ao Jornalistas&Cia. e a........

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