O homem que vigia o mundo nuclear
Leio há muitos anos, com certa regularidade, os principais artigos da revista The New Yorker, fundada em 1925 e desde então convertida em uma das colunas mestras da cultura intelectual norte-americana. Ao longo de um século, a revista não apenas acompanhou o seu tempo: ajudou a interpretá-lo, tensioná-lo e, muitas vezes, antecipá-lo. Foi ali que vozes como J. D. Salinger, Truman Capote e John Updike encontraram espaço para amadurecer uma escrita que cruzava literatura, jornalismo e pensamento crítico. Não é casual que seus textos circulem com igual peso em redações, universidades e centros de pesquisa. A New Yorker construiu uma tradição em que a reportagem longa não se limita a informar, mas organiza o mundo em camadas históricas, morais e políticas. É dentro desse legado — exigente, sofisticado e globalmente influente — que se insere o artigo de Robin Wright.
Em Going Nuclear Without Blowing Up (Algo como “Lidando com o nuclear sem provocar uma explosão”), Wright não escreve apenas sobre energia nuclear. Ela escreve sobre poder, fragilidade institucional e risco civilizatório. Ao acompanhar a rotina e as decisões de Rafael Mariano Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, o texto revela um mundo em que a estabilidade global depende menos de grandes discursos e mais de inspeções técnicas, relatórios precisos e negociações conduzidas no limite da exaustão política e, em alguns casos, do perigo físico........





















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