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Autismo vira trincheira de desinformação no coração da Casa Branca

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23.09.2025

Na sala de imprensa da Casa Branca, Donald Trump decidiu dar novo fôlego a teorias sem lastro científico. Ao lado de Robert F. Kennedy Jr., seu secretário de Saúde, e do comissário da FDA, Marty Makary, declarou que o paracetamol — princípio ativo do Tylenol — estaria entre as causas do autismo. Não apresentou evidências, mas decretou em tom imperativo: “Não tomem Tylenol. Lutem como diabos para não tomar”.

A cena não era inédita. Lembrou os tempos da pandemia, quando o então presidente sugeria a ingestão de desinfetantes e tratamentos improvisados. Agora, o palco se repete, mas o alvo é outro: uma das condições neurológicas mais estudadas e, ainda assim, menos compreendidas da atualidade.

Eu já escrevi neste mesmo ano sobre o caos que assola a saúde pública nos Estados Unidos. Hoje volto ao tema, não por gosto, mas por indignação. Tenho amigos com diferentes graus e espectros de autismo. Sei o quanto é prejudicial e nefasto reduzir essa realidade complexa a slogans políticos. Quando líderes máximos da nação, que há muito tempo flertam com o obscurantismo e com o negacionismo científico, tratam o assunto dessa forma, o prejuízo é devastador:........

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