13 livros para compreender o peso das próprias escolhas
Há condenações que atravessam a pele, o orgulho e o discurso. Outras precisam atravessar, antes de tudo, a consciência. A pena imposta pelo tribunal — 27 anos e 3 meses em regime fechado, a primeira dessa natureza aplicada a um ex-presidente na história do país — responde aos atos praticados. Mas a pena interior, aquela que transforma de fato, exige outro tipo de instrumento: o livro.
O cárcere funciona como um espelho parado no tempo. Ele devolve ao condenado aquilo que o poder nunca devolveu: silêncio. E é dentro desse silêncio que a leitura assume a função que nenhum discurso público cumpriu — não a justiça penal, já determinada pelo Estado, mas a justiça da compreensão, da revisão e do reconhecimento. A prisão encerra o corpo; a leitura abre a consciência. Às vezes pela primeira vez.
A lei brasileira reconhece esse poder. A remição de pena pela leitura, estabelecida pelo Conselho Nacional de Justiça, permite que cada obra lida e interpretada por meio de resenha própria reduza até quatro dias da condenação. Não se trata de benevolência: é o reconhecimento institucional de que reflexão exige esforço — e que esforço intelectual é forma legítima de reparação.
No conjunto dos treze livros que seguem, o condenado levará 208 dias para concluir a leitura, dedicando apenas duas horas diárias. O prêmio, se cumprir as regras e apresentar resenhas autênticas, será modesto no tempo, mas significativo no sentido: 52 dias de remição. Dois meses a menos na sentença. Dois meses ganhos não pelo atalho, mas pelo enfrentamento.
E porque a leitura é mais exigente que o palanque, mais honesta que o slogan e mais profunda que qualquer gesto performático, a lista adiante não oferece consolo — oferece trabalho. São treze apoios éticos. Treze pontos de resistência moral. Treze oportunidades para que o condenado deixe de sustentar-se em fantasias e comece a sustentar-se em realidade.
Se decidir enfrentá-los, talvez encontre chão.
Se não decidir, afundará onde sempre esteve: em si mesmo.
Responsabilidade dele — não do Estado.
1. O Poder do Hábito — Charles Duhigg
A leitura desse livro funciona como uma chave que desmonta a mecânica mental do próprio condenado. Ele aprenderá que hábitos não desaparecem — são substituídos. A cela, para quem não lê, é uma eternidade imóvel; mas, para quem entende a engenharia dos gatilhos, rotinas e recompensas, torna-se laboratório. Aos 70 anos, construir o hábito da leitura não é capricho: é estratégia de sobrevivência cognitiva,........





















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